terça-feira, maio 26, 2015

Nilo Burgers

Você pensa que é na pizzaria da esquina (entre a Avenida 11 de Junho e a Rua Dr. Bacelar), mas não é. É o vizinho ao lado. Uma porticazica antes, com iluminação de refeitório (blergh!)...

"Não pode ser ali... Não vou entrar!"

Entre. Vá sem medo! E descobrirá um dos lugares mais inusitados da Vila Clementino. O melhor hamburger da região, com certeza.

Ir ao Nilo Burgers não é apenas uma experiência gastronômica. É antropológica, lúdica. Maior índice de quebra de paradigmas por minuto.

Sabe aquelas lanchonetes de rede, com fila de espera, hostess, estacionamento, garçom com caneta laser, TVs de Plasma passando UFC etc? Ou, pior: aquelas lanchonetes de fast-food em que vc entra paga, senta e come em 4 minutos? Então... 
Esquece. 
No Nilo o lance é outro.


Voltemos ao lúdico:

Atravesse o portal (que, no caso, é a portinha); 
Ele te intimida e te atrai...
Te intimida e te atrai...Te intimida e te atrai...
Siga o coelho branco e...

SLiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiDE...


Vc adentrou o Nilo. 
Opa, consertando: Adentrou “o mundo de Nilo Burgers”. 
(Porque, senão, o Nilo fica puto: "Viadagem esse lance de adentrar, hein?"). 

Mentira. Difícil o Nilo ficar puto...

Imagine você chegar num lugar e não achar nenhum garçom... Você fica com uma cara de bobo por quase um minuto e meio... De repente, eis que surge, da cozinha, um cara com um avental:

"Boa noite! Olha, a geladeira tá ali, escolham o que vão beber. Podem pegar. Tá meio corrido lá na cozinha." 
E some.

Geladeiras do Nilo: refris, brejas etc.
Livre acesso: bom frisar que ficam atrás do balcão... 
Hum...
“Vagou uma mesa!” 
Sentamo-nos. Depois de um tempinho, chega uma moça simpática pra dar uma geral na mesa. A moça deve ser da família do Nilo também. “Se puder nos trazer um cardápio, por fav...” 
E some.

Continuamos a tomar nossas Tubaínas Retrôs® (azia de uma tarde etílica, “nunca mais vou beber na vida, blá blá...”), sentindo o clima da Vila Clementino. Bairro gostoso, residencial, mas, com seus estabelecimentos comerciais estrategicamente bem distribuídos.

Tubas retrôs...
- não são melhores que a Tubaína Conquista -

A garçonete sumiu, mas tá bom assim: Melhor pra fumar, conversar, curtir a cidade. Sem TV ligada no “MMA nº 1.432” ou em algum jogo idiota. Observamos pessoas passeando com seus cachorros, sentimos o cheiro do bairro (e não aquela atmosfera de perfume + amêndoa e açúcar queimado + pão de queijo de Shopping). 

Conseguimos o cardápio. É extenso. Há uma grande quantidade de lanches, burgers, dogs, shakes. O legal é a possibilidade de combinação entre ingredientes. Os preços estão na faixa dos preços do Chico Hamburguer. Talvez um pouco menos.

Levantei e fui ao balcão pedir. A equipe do Nilo tava meio na correria, fazendo mil coisas ao mesmo tempo. 

Aí, o Nilo me lança a pérola da noite: "Você tem letra boa? Então anota no bloquinho de papel o como você quer seus lanches!"

Hahahaha! Achei foda: o exercício de mudar de lugar, sair do "esperado". Experiências...
(E, pelo menos, eu tive certeza de que não anotariam errado o meu pedido).

Combinei o meu com queijo, molho de tomate, maionese de alho à parte (um dos highlights do pico) e rúcula no lugar da alface – sempre. O da patroa foi igual, mas com bacon junto (ela não tava de ressaca).

Negócio é demais... Não é tão vistoso quanto os sanduíches das redes maiores, mas dá um pau em vários, nos quesitos Personalidade e, principalmente, Sabor. Há uma harmonia nos ingredientes que não existe em muitas “hamburguerias” por aí. E a carne é foda. A cada mordida você oscila pensamentos e sensações: "é caseiro? é de lanchonete? é de grelha?" É bom bagarai.




Voltarei diversas vezes. Primeiro, porque irei a pé, pisando na calçada, sem piso de mármore. Segundo, porque não haverá preocupação com estacionamento, ticket, manobrista escroto. Terceiro, porque o ambiente é totalmente diferente do padrãozinho hamburgueria que nos empurram goela abaixo. Quarto, porque o lanche é foda: a carne, a maionese de alho, o molho.... E, quinto, porque ainda há esperança na Humanidade: entrar num lugar, sem hierarquias definidas, pegar sua bebida, anotar o seu próprio pedido, sem blasé-sismos babacas... A chance de me sentar numa mesinha na calçada, imaginar um mundo sem violência, sem pessoas querendo levar vantagens sobre as outras. You may say I'm a dreamer...


No Nilo, há a relação de confiança entre a equipe e seus clientes...


Ainda Há A Brodagem.


Endereço: Avenida Onde de Junho, 1164 - Vila Clementino.
Telefone:(11) 3537-9777



Amplósculos!

2 comentários:

Unknown disse...

O Luiz é foda! O hamburger dele é melhor ainda!

Unknown disse...

Meu pai é foda! O hambúrguer dele é melhor ainda!
Obrigada pela visita! Volte sempre, a casa é nossa ��