quarta-feira, dezembro 09, 2009


Mário, isso é apenas um blues e nada mais...





Será que é preciso que um cara foda como o Mário Bortolotto morra para que as nossas incompetentes autoridades percebam que investir no centro de São Paulo é urgente? Que lá é a nossa parte central, ou seja, o lugar onde deveríamos nos reunir para nos divertir e discutir a cidade, o mundo, a vida? Um espaço para a aglomeração de ideias?


Não interessa, né? Quem fuma (lei antifumo) e faz barulho (lei Psiu) tem que ficar em casa. Logo, logo, quem bebe álcool, também. Só em casa! 
Ou então, pagando muito num bar insípido e asséptico!


Voltandooo...


A cultura, através do teatro, já estava fazendo a sua parte (a Roosevelt já respira beeem melhor). Agora... Sem segurança fica complicado.




Contextualizando a quizumba: Mário Bortolotto, dramaturgo, beatnik e bluesman foi baleado por assaltantes no último sábado, dia 5 de dezembro, no bar do Espaço Parlapatões.
O Espaço Parlapatões abriga peças de Bortolotto e é um dos locais que estão contribuindo para a revitalização da Praça Roosevelt – deteriorada área do nosso glorioso centrão.



É tudo muito simples. É só deixar a boemia acontecer naturalmente... Gente atrai gente. E quanto mais atividade noturna, menos bandido. Menos becos escuros. Mais bares, mais atrações, mais alegria e empregos. Só precisamos de uma little help from our friends cops no início...


Uma canetada, vai?
Prometo que não vai doer...
Desencanem dos Jardins. Só por hoje.




O SampaBoemia está na torcida por Mário Bortolotto, um cara que nunca teve medo de fazer as coisas acontecerem. Que ele vire um mártir da reconquista do centro pelos paulistanos!!! Um mártir vivo, lógico... porque ele iria achar tudo isso muito louco, e não iria querer perder por NADA!




Obs.: Bortolotto está em estado grave, mas “está consciente e com as funções cardiovascular e renal estáveis”, segundo boletim médico da Santa Casa de 8/12/2009.

terça-feira, novembro 17, 2009

Você que inventou a tristeza, ora tenha a fineza de desinventar !

A tristeza impera. E só dá ela!


Não sei o que se passa com a gente. Todas as conquistas dos jovens, das mulheres e “minorias” (diálogo, reconhecimento, liberdade e compreensão) nos levaram longe demais? A sociedade ficou incontrolável?

Penso nisso porque, há uns dias atrás, tentei ligar para os caras do PSIU! pra reclamar de uma obra (com 5 betoneiras funcionando a todo vapor) às 23h30 de uma sexta-feira! Nada. Ninguém atendeu. Daí você pensa: “se fosse num bar, onde as pessoas estivessem se divertindo, os "Psiu-nóias" estariam prontamente atuando lá com suas canetinhas-de-pescoço, pranchetas transparentes, olhos-de-vidro e caras-de-mau!!” Mas, numa obra sem graça, num bairro residencial?

A fiscalização da Lei antifumo só passa em bares e baladas. É mais fácil pra pedir proprina? Hehehehe... Sério. Nunca vemos os fiscaiszinhos em lugares realmente importantes como hospitais, creches, restaurantes etc.

É a cultura do não-sorriso! Não se pode ser feliz. Se tem gente se divertindo ou faz mal, ou está errado! Inventaram uma lei contra a “Vadiagem” em Assis-SP!! Acredita nisso? Se você estiver desempregado e curtindo um sol no banco da praça, você pode ser preso! (Como se as pessoas que trabalham num escritório tivessem mais caráter, fossem mais fihas-de-Deus...). Caretice! É a volta da ditadura: “Circulando, meliante...Circulando!”

E os próprios jovens foram contaminados pelo errôneo sentimento de que seriedade é respeito, é "moralidade". Quer algo mais divertido e saudável do que uma minissaia? O vestidinho da gordelícia Geyse Arruda, espalhando alegria por toda a universidade? Mas, não!!! Ser feliz não pode. Tem que se vestir sobriamente e fazer cara de sofrimento porque “a vida não é fácil não!”. Socorro!

Já dizia meu amigo Paul Macca: "Sinto como se os anos 60 ainda estivessem para acontecer. Eles me parecem um período mais no futuro que no passado."

Então quer dizer que tudo é cíclico e que estamos do lado de baixo da roda-gigante? Pô! Justo na nossa vez???

Vamos mudar isso aí, meus boêmios jirotes! E façamos sorrindo, nos divertindo! Ou será que é preciso fazer cara feia pra conseguir respeito?

terça-feira, setembro 15, 2009

Em Nome do BEM COMUM!


Qualquer estudo elementar sobre Teoria Geral do Estado ou Ciência Política apontará a importância quase transcendental do “bem comum”. Quer dizer: acima dos mesquinhos interesses individuais pairam soberanos, o interesse coletivo, a vontade do povo (aquele cuja voz é também a do Todo-Poderoso), e, ocorrendo confronto entre o bem individual e o bem coletivo, este último deverá, necessariamente, prevalecer, triunfal. O bem comum é, a um só tempo, a finalidade e a mais completa tradução do ideal democrático.


Assim, sendo gregária a natureza do mamífero humanóide, deve ele renunciar a certas pequenezas clamadas pelas profundezas de sua alma, de modo a possibilitar a convivência com seus pares. Portanto, nada mais justo do que, em nome do bem comum, certos prazeres (diminutos ou de dimensões continentais) devem ser abolidos, caso prejudiciais à coletividade. Enfim, se conflitantes com o bem comum.


Pois bem. Eis que um belo dia, o representante da vontade do povo (e, logo, responsável pela consecução e manutenção do bem comum) descobre que muitos desses prazerezinhos desgastam, prejudicam, aniquilam o bem comum. Gorduras. Açúcares. Álcool. Cigarros. Sexo sujo (ou mesmo o sexo limpo, mas em local inadequado). Por conta do egoísmo desenfreado desses hedonistas compulsivos, que insistem em manter vícios hediondos, suas mortes e moléstias decorrentes de tais hábitos elevam os custos da saúde pública a níveis estratosféricos, as famílias se desagregam e a desordem ameaça imperar. O bem comum está ameaçado!

Nada mais justo e natural que o tal representante da vontade do povo limite, coíba, proíba. O açúcar branco. O ovo frito. O álcool (com exceção, claro, da versão em gel, indispensável para mãos completamente higienizadas e livre de outras moléstias, igualmente danosas ao bem comum). E, pilar dos pilares da destruição da saúde pública, o cigarro. Afinal, é amplamente sabido que fumantes, etilistas, obesos e outros aditos... morrem.

(E morrer causa custos ao bem comum.)

Os resultados foram imediatos. Os índices de mortalidade, pouco a pouco, despencam e geram um inédito e comemorado momento de superávit no orçamento destinado à saúde pública. Finalmente, o mundo se inundava de virtudes e saúde!

Aliás, muita saúde. A expectativa de vida se alongou em décadas. Na verdade, como esperado, cessaram as mortes, pois os prazeres letais como o cigarro, o álcool, o açúcar, a gordura (especialmente a demoníaca “trans”!) estavam banidos para todo sempre.

Toda uma população ingressava na “melhor idade”, esbanjando vigor, prontos para curtir suas aposentadorias com tenras ereções garantidas pela indústria farmacêutica e firmes tetas de borracha recheando a tez carimbada com a garantia “bronzeada artificialmente”.

E foi justamente nas aposentadorias que o problema começou. Com a sucumbência das previdências privadas à sua falta de lastro, todo o contingente de indivíduos salvos pela extinção dos vícios da sociedade migraram para o sistema público de Previdência Social. Que sempre fora projetada pelo e para o bem comum. Mas que nunca previu que tantos cidadãos imortalizados pela juventude eterna quisessem e pudessem dele usufruir.

O ineditismo do superávit do orçamento da saúde foi rapidamente substituído por um déficit previdenciário de proporções de país africano em colapso econômico. Mas o pior foi a onda de desemprego nos setores relacionados com a administração funerária: diariamente, avenidas passaram a ser tomadas por coveiros em passeata, carros fúnebres eram colocados à venda por preços menores que passagens de ônibus. Cemitérios alugavam seu espaço para raves da 4ª idade.

Diante daquela que foi batizada como “a crise dos imortais”, o representante do povo foi instado a se pronunciar. Em nome do bem comum. E foi em nome do bem comum que se lançou a campanha para mortes voluntárias, que ficou conhecida como PDVV (Programa de Desligamento Voluntário da Vida), em que se ofereciam atraentes benefícios fiscais e previdenciários aos familiares daqueles que aderissem ao programa governamental.

Mas a onda de saúde proporcionada pelo banimento dos vícios fez com que aqueles cidadãos tomassem gosto pela coisa. E a campanha pelas mortes voluntárias não deu conta de restaurar o bem comum, dada a baixa adesão. O que exigiu do representante do povo providências imediatas: dada a relevância e urgência da matéria (o bem comum), foi editada medida provisória determinando um limite etário para aqueles indivíduos. Os que ultrapassassem a idade considerada limite para o bem comum deveriam retirar-se voluntariamente para os CCDs (Centros Coletivos de Desligamento da Vida), sob pena de condução coercitiva.

Dos CCDs para a descriminalização da eutanásia foi um passo. E, incrivelmente, o fim da ameaça de prisão pela morte piedosa não foi incentivo suficiente, e o bem comum exigiu não a legalização, mas a obrigatoriedade da eutanásia. Tudo pelo bem comum.

Afinal, o bem não pode ser tão comum a todos. Não dá pra todo mundo...
(texto de Tina Bee)

terça-feira, agosto 25, 2009

Almoçar dentro de um cartão postal???

Ambiente legal, dentro do COPAN!

Shoe-shoes, foliões, desvairados e a "tchurma da calçada" em geral:

É isso aí. Puta pico gostoso! Ambiente agradável e atendimento brother! Assim podemos resumir o Bar da Dona Onça, que fica exatamente no edifício COPAN (ali no andar térreo).

Curti. A apresentação dos pratos é muito cuidadosa nos detalhes. A decoração é descontraída: meio indie, meio nostálgica. A breja (600ml) é geladíssima. As caipirinhas são bróderes (peça a de maracujá com limão, eu acho...). Bom, quer coisa melhor? É no COPAN, pôxa-vida! Ali no centrão de Sampa, ou seja, a região mais cool da cidade!

Tem uma sobremesa de churros genial! O café é obrigatório: vem com um brigadeirozinho e um licor não-sei-de-quê branco que é absurdo!

(Tá certo que eu fui provar o tal do "Picadinho" - muito recomendado por amigos - e me decepcionei um pouco. Mesmo porque a minha mama faz melhor e porque o preço era salgadinho (pra um picadinho): R$ 39,00. Fora isso, vale a pena. O clima é bem sussa...

Se você quer conhecer de perto uma das obras mais famosas do arquiteto Oscar Niemeyer, prestigiar o centro paulistano e, ao mesmo tempo, ter uma tarde agradável, o Bar da Dona Onça é uma ótima pedida para um almoço de sábado ou domingo...

cheers!

Avenida Ipiranga, 200, Edifício Copan, lojas 27 e 29 - Centro - São Paulo - SP Tel.: 11 3257-2016 contato@bardadonaonca.com.br




segunda-feira, agosto 24, 2009

Eles foram pra rua sim! FORA SARNEY!


Após passar pela galera, consegui tirar a foto: FORA SARNEY!



Na mesma tarde de sábado, finalmente descobri o porquê da imobilidade na Av. Paulista: um monte de jovens estavam fazendo um protesto "Fora Sarney" em frente ao MASP. Tava atrasado pro futebol, mas, nem fiquei puto. Curti bastante...


Quem disse que a galerinha não sai da frente da tela do computador???


Por mais que tenha sido pequena, a mobilização fez barulho. E é assim que começa.

Acredito bastante nesta molecada...
(quero dizer... exceto pelo EMO...)



FORA, BIGODE!!!

ampósculos,



Air Guitar? Nada! O que pega é batucar no trânsito de Sampa!

Sábado, 15:45 da tarde, Av. Paulista.

Shoe-Shoes e desvairados de plantão...

Quem nunca fez um batuque dentro do carro? Esteja dirigindo, esteja de "co-piloto"... Uma hora a música te envolve e... você está batucando, acompanhando a cadência da canção!

Porra... Tava pensando: "Caraca, dificilmente eu erro uma virada quando eu tô fazendo um som aqui no volante do meu carro...Sou bom nisso!" Rarará! E, após uma tarde de sábado engarrafada na Av. Paulista, tudo fez sentido: "que air guitar que nada... o que liga é o wheel drummin'!!!"


OK... esse nome é meio americanizado. Pra falar a verdade, o melhor nome que eu pensei, em português, foi "Batera-Volante". Médiozinho, né? Dêem sugestões!


Deve-se alertar aos aspirantes a "bateristas de volante" que o wheel drummin' não é um hobby barato como o air guitar. Você precisa ter um carro. Ou pelo menos, pegar um emprestado. Isso porque, para exercer o wheel drummin', você tem de estar no banco do motorista! Dirigindo! O carro deve estar em movimento, senão não tem muita graça (a pulsação do motor é essencial para a harmonia do resultado final). Ah... o carro deve ter um rádio, MP3 player ou qualquer coisa que toque música.


Claro que eu não tenho a mínima pretensão de afirmar que fui eu quem inventou o Wheel drummin'... Mas, é sempre bom ter alguém para regulamentar a parada, senão vira patifaria!


No próximo post você verá um esquema que transpõe para um volante, as peças correspondentes de uma bateria.

Wheel Drummin': Modo de Usar



esquema básico do wheel drummin'




Na parte superior do volante nós temos os pratos de ataque. SIM, são dois. Porque dependendo da intensidade da música, você precisa dar várias pratadas alternadas - ou ao mesmo tempo. A sincronização da música com o seu ataque será melhor; tudo fica mais intenso quando se está "pratando" com as duas mãos...

O "chimbau" (ou seria "ximbau"?) fica na junção do miolo do volante com a sua circunferência. A posição é parecida com a do "prato de condução", que fica exatamente na roda/circunferência. OK... o chimbau deveria estar na parte esquerda da direção, como numa bateria normal. MAS, não podemos esquecer que estaremos dirigindo. Se dirigirmos com as mãos cruzadas, acidentes poderão acontecer.


O bumbo é ocasional. Se você não estiver usando os pedais do carro (o que é raro na cidade), faça-o no assoalho. Dependendo da "presença" do bumbo (como, por exemplo, na música "We're not gonna take it" do Twisted Sister), você FARÁ o bumbo no miolo do volante com a mão direita. A música pede...


O resto é meio fácil. Os tons serão dispostos à escolha do baterista-volante. Um, dois, ou três tons... depende somente da sua preferência.


Acho que é isso aí. Mais do que uma técnica anti-stress para enganar o trânsito caótico de Sampa, o wheel-drummin' é uma arte!!!


Não vamos nos acanhar com os olhares de desaprovação dos nossos vizinhos de engarrafamento!! Que achem que loucos / dementes!!! Eles desconhecem o prazer de acompanhar o Led Zeppelin diretamente do volante de seus véículos...


roquenrou!!!



amplósculos,



quarta-feira, agosto 19, 2009

Pérola no caderno de esportes!


É isso aí, shoe shoes e desvairados de plantão...


Ao ler o artigo do Xico Sá (jornalista, boêmio e escritor cearense, que adotou Sampa como a sua casa) no caderno de esportes da Folha (sexta passada, dia 14), deparei-me com uma verdadeira obra de arte literária!

Contextualizando: o artigo se refere ao fato de a Polícia de São Paulo ter proibido os torcedores de entrar nos estádios com máscaras ou pinturas no rosto, pois isso dificultaria a identificação de possíveis “marginais”. A torcida do São Paulo F.C. adotou o mascarado personagem Jason (do filme Sexta-Feira,13) como um tipo de mascote – daí o imbróglio.

O que parecia ser uma análise de um fato ludopédico isolado transformou-se num “Ensaio sobre a caretice (reinante em São Paulo)”, obrigatório e necessário a qualquer cidadão de bom senso que pára (não vou tirar o acento!) para pensar na cidade em que vive e acha tudo muito estranho: proibição de tudo quanto é lado e NADA de diversão... Gente hipócrita moralizando e pregando os bons costumes – pra ganhar voto!

Ok... Sussa. Não vou falar mais nada! Reproduzo (ele deixou!) abaixo o excelente texto de Xico Sá. N
otem que ele não poderia ser mais sampa-boêmio:




SOBROU ATÉ PARA O JASON

"Mais Javaris com humor
e menos Morumbis dominados e obedientes."



AMIGO TORCEDOR, amigo secador, na cidade proibida, agora sobrou para o Jason, personagem de "Sexta-Feira 13" reencarnado no outrora morto-vivo time do São Paulo. No futebol, quem não faz leva; na política e na segurança pública, quem não faz proíbe, fecha, prende e arrebenta. É proibido beber cerveja, levar bandeiras, batucadas... É proibido placa, luminoso, andar de fretado, fumar, é proibido morrer sem saúde na bucólica Piratininga.

Claro que, nesse embalo, sobraria para o Jason na metrópole que incorporou as proibições como obra de governo ou estratégia de polícia. Ora, deixem os são-paulinos celebrarem o retorno ao bom combate. O amigo, arquibaldo ou geraldino, tem que mostrar a cara para facilitar ser identificado como bandido. É o argumento dos homens, "teje preso", não se mexa. E se fossem policiar o carnaval de Veneza ou a folia do Recife... Melhor: se cuidassem do carnaval de Bezerros, onde 300 mil pessoas se vestem de papangus, inventivas máscaras do agreste pernambucano.
É, velho Oswald, a alegria era a prova dos noves, agora danou-se, o alcaide acaba com a festa e as demais autoridades passam o rodo. A onda é fechar, rebocar paredes de boates e botequins, expulsar as moças dos saudáveis rendez-vous, pôr a ordem que acham correta e ganhar votos e aplausos de certa fatia da classe média ou dos pobres em Cristo que já fecharam suas almas para balanço.

Os Jasons, assim como os tantos zumbis ludopédicos do Maraca, trazem a criancice aos adultos e empolgam mais as crianças. Ainda bem que estão soltos nos estádios e nas ruas os sacis do Beira-Rio, os papões da Curuzu, os galos das Gerais, os orixás da Bahia, os Hulks dos times clorofilados, as caveiras e as múmias gigantes de todas as praças etc. Como se não bastassem os desmanches e toda uma sorte de pilantragens, querem levar também o mínimo poder de fantasiar das torcidas. Se profissionalismo for isso, devolvam já a minha várzea. O que São Paulo precisa, para aguentar os proibidões em plantão permanente, é mais delírio e menos patrulha. Menos Caxias e mais personagens de "
Pornopopéia" (ed. Objetiva), livraço do Reinaldo Moraes -com acento mesmo, ao contrário do que dita a reforma ortográfica.
A cidade proibida está jogando fora a melhor das vocações boêmias, destruindo o melhor dos parques de diversões noturnas. Mais Javaris com humor e menos Morumbis dominados e obedientes. Se isso é ser moderno, ódio eterno, como diz o cartaz de "
Juventus Rumo a Tóquio", um curta de Andréa Kurachi , Helena Tahira e Rogério Zagallo. O filme conta a saga de uma derrota épica. Neste caso, o time da Mooca perdeu de 2 a 3 para a Linense, com um gol salvador ao crepúsculo, conquistando a Copa Federação Paulista em novembro de 2007. É disso que o futebol carece. Mais Jasons e tirações de onda em toda parte. Esse tipo de gozação inibe muito mais a violência do que a cara feia da polícia. O mesmo pode ser dito sobre a boemia de bares, ruas e calçadas, capaz de devolver a cidade a quem rala e se diverte. Pela desobediência civil e pelo direito sagrado de fantasiar a vida. Com ou sem máscara.



amplósculos,

segunda-feira, agosto 17, 2009

Grafite: "Você prefere o cinza??....Nóis não."


Esta eu tirei de um muro gigante, na ZL...
Gudívening, desvairados e shoeshoes!

É... Não fomos muito agraciados (como os nossos amigos cariocas, por exemplo) com muitas paisagens naturais (daquelas fodas, sabe?). Não temos o Pão de Açúcar, nem a Baía de Guanabara... Pelo contrário, aqui sobra cinza. Mas, na falta de colírios, fomos obrigados a construir nossas próprias paisagens. O Parque do Ibirapuera é lindo, não? Mas, é pouco pra nós.
Sabe aquele lance do Caetano: “Da força da grana que ergue e destrói coisas belas”? Bom, o Ibira está na zona sul.

Já no caso do grafite paulistano, não foi a grana que ergueu nada não... Ele veio de baixo, das periferias... veio das pichações (tenho minhas opiniões sobre elas, mas fica pra depois).
Veio, sobretudo, da falta de parques, de verde, de áreas de lazer/convivência e de cultura em geral. Assim, a molecada começou a botar cor na cidade. Eles espalharam suas paisagens ideais nos muros cinzas de Sampa. Conseguiram um meio de "dar os seus recados" também. Uma voz, um modo de expressão. (Afinal, não se identificam muito com as novelinhas “crasse-média” da TV...) Rarará!


Conseguiram deixar a nossa Paulicéia bem mais viável...

DIGRESSÃO: (A poluição visual é algo que realmente destrói o humor de qualquer pessoa. Isso é muito sério, mas ninguém dá bola... A lei “Cidade Limpa” foi uma grande sacada. Mas, é preciso aperfeiçoá-la. E os lugares degradados que submergiram de trás das palcas de publicidade?? Que tal limpá-los? E aquele monte de fios elétricos?? Quando vamos colocá-los embaixo da terra?)

De qualquer forma, esse post é pra exaltar o trabalho dos grafiteiros de Sampa. Eles realmente transformaram a paisagem da cidade em algo alucinante, hipnotizante...
O nível atingido é inacreditável... Nossos artistas são convidados para expor seus grafites em galerias da Europa – como aconteceu com os grafiteiros Nunca e a dupla osgemeos na Tate Modern de Londres, em 2008. Hoje, há roteiros turísticos que mostram os melhores grafites de Sampa. E vem gente de fora para conferi-los.

Qual foi a minha surpresa (e orgulho!) ao ver o painel que o pessoal do Studio Kobra fez na Av. 23 de Maio?? (ouvi dizer que foi do bolso deles!);
E os grafites que estão embaixo do Minhocão?
Geniais! Ficou tudo muito roquenrou!

São exemplos de alta arte SIM! Se é bonito, se faz pensar, se questiona a sociedade, então é arte também.


E o melhor: arte paulistaníssima!

amplósculos,

quarta-feira, agosto 12, 2009

Expulsos da própria festa?

É como os fumantes estão se sentindo neste momento de lei antifumo: expulsos de sua própria festa!
Explico: A tão exaltada nite de São Paulo (talvez o ponto máximo da cidade) foi construída, ao longo de décadas, através de muita fumaça (de cigarro ou não...), de muito álcool e, sobretudo, através da tolerância entre as diferenças. Os estilos e preferências das “criaturas noturnas” de Sampa sempre foram tolerados. Há espaço pra todo mundo.
De repente, os “boêmios clássicos” da cidade – aqueles que curtem filosofar a vida com um cigarro na mão e um copo americano de cerveja na outra – estão impedidos de participar dessa festa! Come on??!!
A motivação disso tudo é a saúde da população? OK. Vamos construir então mais metrô pra tirar os carros das ruas... Vamos aplicar multas a empresas poluidoras do ar! A hipocrisia é revoltante - e desanimadora também.
O Estado quer controlar o livre-arbítrio do cidadão. Cada um se acaba do jeito que quiser! O cigarro é prejudicial? Sim! Assim, como a obesidade, como o álcool (combinado ou não com a direção de um automóvel), como a tristeza... A tristeza mata!
Alguém já fez um estudo sobre os benefícios do cigarro? Porque o cigarro, antes de tudo, é uma droga socializante! As pessoas se reúnem para fumar e conversar. Melhor do que ficar na solidão... A solidão mata!
Tom Jobim e Vinícius de Morais fizeram suas obras-primas em botecos (regados a fumaça e whisky). Todos os Beatles fumavam... Eram inferiores a alguém? Nos bares de agora, essa “galera” não entraria...
Quantas brigas não foram evitadas porque se acendeu um apaziguante e ponderado cigarrinho de nicotina antes do “pau”? Vidas salvas em brigas de trânsito: “aquele f@#%*¨ me fechou! Vou matá-lo! Deixa vai... vou acender um cigarro...”.
Lembrando que o Sampa-Boemia é contra o mal-uso do cigarro! Não defendemos que se fume em restaurantes, hospitais, locais de trabalho...

O que é exigido é o de direito: o nosso ambiente, que os boêmios construíram com muita luta e alegria, sem hipocrisias ou restrições. Queremos fumar em nossos botecos! Botecos apenas para fumantes JÁ! Entra quem quiser (não-fumantes são benvindos!). Não vamos deixar a nossa boemia morrer...

Amplósculos aos desvairados!

segunda-feira, agosto 10, 2009

A lei antifumo nos fez enxergar o óbvio!



E não é que a ridícula lei antifumo do Serra e do Dráuzio abriu os olhos da Paulicéia para o óbvio? Descobrimos a calçada!!!

Os novos inimigos da sociedade, ou seja, os fumantes, agora têm de sair do meio das baladas ou bares para fumar nas calçadas (sim, o cheiro de gordura, dos perfumes doces etc não podem ter concorrentes!)...

Absurdo? Lógico que sim. Mas, por outro lado, descobrimos o prazer de curtir uma aconchegante calçada com os amigos!! Os europeus e, até os buenairenses, curtem há muito tempo suas espaçosas calçadas. Diz-se que as cidades mais democráticas do mundo possuem as maiores calçadas...

Aqui em Sampa, as nossas nunca foram prioridade para nenhum governo. Os automóveis sempre foram privilegiados. Sofremos com calçadas estreitíssimas, esburacadas e, por que não dizer, socialmente excludentes! hehehe...

Que os fumantes, boêmios, hedonistas em geral comecem um novo movimento: Balada na Calçada! É isso aí... vamos esnobar todo mundo e, ao mesmo tempo, abrir os olhos da sociedade para nossas tão negligenciadas calçadinhas!


amplósculos!

Uma Ode a São Paulo


Acima de tudo, este blog é uma homenagem a São Paulo.

A cidade que sempre acolheu e acolherá pessoas de todo o mundo.

Cidade doida, de células pulsantes. A cada esquina uma história.

Pra quem chega, parece o caos. Ela será o caos - se você quiser. Como toda mulher intrigante, é preciso conhecê-la, entendê-la...


Nesta megalópole, construída por centenas de povos diferentes, entediar-se é vacilar feio!!! Aqui tudo acontece! Tem coisa pra quem tem grana, tem coisa de graça... eventos artísticos, peças, teatros, bares, bairros exóticos, amores no metrô etc.

Como boêmio convicto, acredito que o forte de SAMPA é a sua noite.

Noite de rock, da Boca do Lixo, da Augusta, de aula até tarde na facu, dos restaurantes chiques, dos shows... Heterogênea.

Tentarei ajudá-los (com muito prazer) a desvendar os mistérios da minha terra natal... Indicar lugares inusitados, dar dicas... (e conhecer coisas novas também!).

Que este blog seja um lugar de diversão, de humor... e de reflexão sobre a nossa SAMPA querida!


amplósculos!