terça-feira, novembro 04, 2014

Generais Generalizarão...

Em tempos separatistas, de ódio, de pobre direitista, de esquerdista caviar, de generais e generalizações, precisamos limpar a barra de muitos paulistas e paulistanos que estão pagando pelas imbecilidades de alguns... 



quinta-feira, setembro 11, 2014

Comida Djapa...

"No salão circulam bandejas cheias de sushi"
Esta foi a frase que me pegou.

Sou um "conhecedor" da culinária japonesa acima da média. Prefiro o atum ao salmão, conheço outros tipos de pratos que não os popularizados nos rodízios, do final dos anos 90 pra cá.
Estudei em escola japa. Era o único gaijin (não-japa) da turma, então, nas excursões, babava com as "bentôs" (marmitas japas) que os meus amiguinhos levavam. 
"Sato, quer trocar esse seu lance colorido de arroz pela minha torta de frango?"
Aprendi tudo muito cedo. Comia sushis variados nas casas de meus amigos desde os anos 80, quando só tinha restaurante japa na Liberdade...

Tudo isso pra dizer que sei reconhecer um japonês foda. 
E sei reconhecer um engana-trouxa. A diferença entre um foda e um "foda bagarai" eu ainda vou descobrir. Quando ganhar mais dinheiro. Pois, sei que os "fodas bagaraio" não servem rodízio. Só à la carte. E são caros bagaraio.

De qualquer forma, curto FARTURA. 
"No salão circulam bandejas cheias de sushi"

Bora pro novo Djapa. Hehehe... curti o nome.
Chegando lá, salão enorme, luz indireta, bar imponente, mesas descoladas.
Eu e minha companhia discutimos se o restaurante era mais a cara da "esquerda caviar" ou "direita coxinha"...

"Acho que direita coxinha: É imponente. Denota sucesso, poder, vitória! Uma pessoa "desarrumada" não entra aqui. Ou uma  pessoa que finge ser desarrumada.
Esquerda caviar gosta de restaurante pequenino, bistrozinho francês..." 
Rimos com animação.

"Tem Cerpa, mas acabou? 
Sussa... Stellinha, então..." 
(seguimos com o jogo).

O que podemos falar do serviço?

Olha... 
Pelo fato de a casa estar abrindo neste mês, o serviço está muito atencioso. O dono roda as mesas perguntando se tá tudo bem. 
Os garçons brigam entre si pela nossa atenção mas, são um pouco confusos.
Nenhum é oriental (bom, já esperava por isso pelo nome engraçadinho do restaurante), ou seja, se você faz uma pergunta mais "fora da caixinha", eles dão um tilt. Mas, têm muita gana de vencer.

Um ponto forte do restaurante são as entradas: ostras fresquinhas (pra mim, um diferencial importante), salmão grelhado com shimeji e abacaxi no papel alumínio, carpaccio de salmão, ceviche (excelente) etc.




Sou tarado em camarão. Camarão é vida. Camarão é a barata-do-mar do Amor.
Logo, sempre pergunto de cara se tem sushi e/ou temaki de camarão.

"Ok, eu vou querer um temaki de camarão. SEM cream cheese."

Não é preciso explicar que cream cheese é das maiores aberrações da natureza, né?
Na torrada, é passável. Na culinária japonesa, NUNCA.

Segue o jogo.

Um garçom diferente nos trouxe o temaki. Aberto. Aberto? Aberto!
A alga esticada no prato, um bolo de arroz e um bolinho de camarões no vapor em cima. Porra. Achei legal a valer!
Foi assim que comi temaki pela primeira vez, antes de virar modinha. 
"Temaki" quer dizer "feito com a mão", "enrolado com a mão"ou algo do tipo. 
A alga vem bem mais fresca deste jeito. Curti.

Volta o primeiro garçon: "Vish, veio aberto? Mas, eu lancei fechado"
E eu: "Sem problemas! Eu gostei bastante. Vê outro pra mim, deste jeito, aberto!"
Veio fechado...

Apareceu outro garçom, de terno (o chefão?): "Está faltando alguma coisa?"
3 minutos depois, o primeiro garçon: "Aquele de terno fica nos cobrando rapidez, mas não faz nada."

Pensamos: "Há uma tensão no ar"
(segue o jogo... e o empanturramento)

A grande decepção da noite foram os sushis. 
"No salão circulam bandejas cheias de sushi", dizia a revista. 
Mas, era uma variedade tosca. Um uramaki, um skin meio capenga, um oniguiri de atum sem cor e muito salmão, Djô etc. E, as bandejas só continham esses tipos de sushi, ou seja, uns cinco.

No cardápio, esta foto atiçava nossas imaginações:




Fui seco: "Por favor, eu queria um desse de polvo, esses de ovas e zás e..."
Eis que o garçom me interrompe com a pérola da noite:
"Senhor... vou falar a verdade pro senhor... essas fotos são meramente ilustrativas. Nós não servimos esses sushis. Apenas os que estão rodando nas bandejas."

Por dois segundos nos entreolhamos (eu e minha companhia), num mix de desespero, raiva e acesso de riso:

"Hum... entendo..."

Vai... O saldo foi bom.
Temakis bons (abertos). Sushis mais ou menos (se pedir com jeitinho, ele traz oniguiris de camarão), entradas excelentes e sashimis médios. Se for esperando a variedade absuuurda que a frase "No salão circulam bandejas cheias de sushi" atiça, esqueça.
Mas, dá pra pirar muito nos complementos. E rir bastante com os garçons! São esforçados, atenciosos, educados e fanfarrões.

Ah, e tem mousse de Suflair ®  de sobremesa.

Amplósculos.

quarta-feira, abril 16, 2014

Matutinas da Manhã



cliente: "Garçom, este suco de melancia está com açúcar. Eu pedi sem."
garçom: "Hum... Ok., vou lá trocá-lo pro Sr."

- 37 segundos depois...

garçom: "O rapaz dos sucos disse que tá sem açúcar mesmo... é que a melancia é novinha, acabou de abrir..."
cliente: "Tá bem doce, né? Se eu tiver um infarto aqui, você me leva pro hospital, ok?"
garçom: "Hum... Ok., vou lá trocá-lo pro Sr."

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cliente: "Olha só! Vocês trocaram o cardápio! Ficou legal o lay-out novo... Mudaram muita coisa?"
garçom: "É... Tá mais fácil de ler... e mudaram os preços também!"
cliente: "Isso explica porque tá vazio aqui hoje..."
garçom: "Não, não... É o friozinho que tá espantando a galera, hehehehe..." 




quarta-feira, janeiro 15, 2014

Rolêzinho

Vocês já devem conhecer a minha aversão a Shopping Centers. 
No post onde se discutia qual seria a "praia dos paulistas", repudiei a ideia - muito comum entre amigos, mídia etc - de que os Shopping Centers fossem a praia da Paulicéia...

Nada mais anti-praia. Shoppings, como dito, são aquários. 
Aquários desprendidos da realidade, onde somente alguns tipos de peixe podem nadar...

Os Shoppings são chatos. Neles, tudo é pago, é artificial. Segregam, criam muros dentro da cidade. São o "colírio alucinógeno" do Simão, numa versão tosca: escondem as tretas do mundo (pobreza, violência, falta de lazer), desde que você consuma algo. 
Acabam o comércio local, com os cinemas de rua. Desgraçam (muito!) o trânsito das redondezas. Suprimem a integração / interação entre habitantes de diferentes classes sociais. Escondem a luz do sol. Padronizam hábitos, comportamentos, pessoas.
Padronizam.


O novo fenômeno dos rolêzinhos (encontros em Shopping Centers marcados pela internet por grandes grupos de jovens da periferia) evidenciou os contrastes de um país que tem muita pobreza, mas que realiza Copa do Mundo e Olimpíada. Um país onde há gente muito rica e gente na miséria. Mas, que parece olhar só para o lado mais "clarinho".  O país das aparências. Da maquiagem. 

Esses meninos, se tentassem entrar sozinhos nestes Shoppings, provavelmente seriam barrados pelos seguranças: seja por suas roupas, seja por sua aparência (não são brancos), seja pelo seu comportamento "fora-do-padrão". Como entram em grupos (enormes), não conseguem ser impedidos na porta. Mas, aí é que está: a polícia é acionada para proteger os "cidadãos de bem", "de família" que preferem fechar os olhos no Starbucks. E tudo volta ao normal (realidade Projac). 

A repressão tem sido forte. Borrachadas, prisões de menores ("para averiguação"). Muita eficiência do braço forte do Estado.


Sob o olhar do Sampaboemia, que luta por uma Sampa melhor, o lado bom disso tudo é que questões mais profundas emergiram dessa Praça de Alimentação lotada:

- Até quando vamos viver em micromundos? Condomínios, shoppings, clubes? Quando as pessoas vão interagir mais com a sua cidade?


-  Os governantes não entendem que, quanto mais áreas de lazer, menos "tumulto" ? Se essa molecada tivesse mais parques, mais espaços de convivência, mais bailes, mais liberdade de ir e vir (sem serem abordados por policiais simplesmente porque estão existindo) e, sobretudo, mais respeito, eles iriam perder tempo com invasão de Shopping de burguês-zinho chorão?

Veja bem: os jovens do rolêzinho não estão lutando pelo fim da segregação racial, muito menos pelo fim das desigualdades sociais.
Não tão nem aí pra isso - querem mesmo é farrear (em algum lugar). E estão certos!!!


O grande lance é: não queremos que esses jovens sejam aceitos e respeitados nos Shoppings.  Queremos é que os Shoppings explodam! E que os nossos jovens carentes tenham mais criatividade!
É muito
 triste ver uma molecada jovem, cheia de ideias, hormônios e sonhos procurando lazer e diversão no monumento mais jeca e segregativo dos nossos tempos...

Seria muito bom que esses jovens tivessem mais lazer (de qualidade) em seus bairros...
Seria genial que o povo brasileiro
, independente de classe social, tivesse mais lazer de qualidade.

Pra falar a verdade, o que falta é Educação mesmo. Com mais Educação, todos sacariam que Shopping Centers são uma bosta. E perceberiam que há lugares mais divertidos e enriquecedores para se frequentar.

E vamo pras ruas e parques de Sampa!
(antes que construam outro Shopping).







amplósculos !!!