quinta-feira, setembro 11, 2014

Comida Djapa...

"No salão circulam bandejas cheias de sushi"
Esta foi a frase que me pegou.

Sou um "conhecedor" da culinária japonesa acima da média. Prefiro o atum ao salmão, conheço outros tipos de pratos que não os popularizados nos rodízios, do final dos anos 90 pra cá.
Estudei em escola japa. Era o único gaijin (não-japa) da turma, então, nas excursões, babava com as "bentôs" (marmitas japas) que os meus amiguinhos levavam. 
"Sato, quer trocar esse seu lance colorido de arroz pela minha torta de frango?"
Aprendi tudo muito cedo. Comia sushis variados nas casas de meus amigos desde os anos 80, quando só tinha restaurante japa na Liberdade...

Tudo isso pra dizer que sei reconhecer um japonês foda. 
E sei reconhecer um engana-trouxa. A diferença entre um foda e um "foda bagarai" eu ainda vou descobrir. Quando ganhar mais dinheiro. Pois, sei que os "fodas bagaraio" não servem rodízio. Só à la carte. E são caros bagaraio.

De qualquer forma, curto FARTURA. 
"No salão circulam bandejas cheias de sushi"

Bora pro novo Djapa. Hehehe... curti o nome.
Chegando lá, salão enorme, luz indireta, bar imponente, mesas descoladas.
Eu e minha companhia discutimos se o restaurante era mais a cara da "esquerda caviar" ou "direita coxinha"...

"Acho que direita coxinha: É imponente. Denota sucesso, poder, vitória! Uma pessoa "desarrumada" não entra aqui. Ou uma  pessoa que finge ser desarrumada.
Esquerda caviar gosta de restaurante pequenino, bistrozinho francês..." 
Rimos com animação.

"Tem Cerpa, mas acabou? 
Sussa... Stellinha, então..." 
(seguimos com o jogo).

O que podemos falar do serviço?

Olha... 
Pelo fato de a casa estar abrindo neste mês, o serviço está muito atencioso. O dono roda as mesas perguntando se tá tudo bem. 
Os garçons brigam entre si pela nossa atenção mas, são um pouco confusos.
Nenhum é oriental (bom, já esperava por isso pelo nome engraçadinho do restaurante), ou seja, se você faz uma pergunta mais "fora da caixinha", eles dão um tilt. Mas, têm muita gana de vencer.

Um ponto forte do restaurante são as entradas: ostras fresquinhas (pra mim, um diferencial importante), salmão grelhado com shimeji e abacaxi no papel alumínio, carpaccio de salmão, ceviche (excelente) etc.




Sou tarado em camarão. Camarão é vida. Camarão é a barata-do-mar do Amor.
Logo, sempre pergunto de cara se tem sushi e/ou temaki de camarão.

"Ok, eu vou querer um temaki de camarão. SEM cream cheese."

Não é preciso explicar que cream cheese é das maiores aberrações da natureza, né?
Na torrada, é passável. Na culinária japonesa, NUNCA.

Segue o jogo.

Um garçom diferente nos trouxe o temaki. Aberto. Aberto? Aberto!
A alga esticada no prato, um bolo de arroz e um bolinho de camarões no vapor em cima. Porra. Achei legal a valer!
Foi assim que comi temaki pela primeira vez, antes de virar modinha. 
"Temaki" quer dizer "feito com a mão", "enrolado com a mão"ou algo do tipo. 
A alga vem bem mais fresca deste jeito. Curti.

Volta o primeiro garçon: "Vish, veio aberto? Mas, eu lancei fechado"
E eu: "Sem problemas! Eu gostei bastante. Vê outro pra mim, deste jeito, aberto!"
Veio fechado...

Apareceu outro garçom, de terno (o chefão?): "Está faltando alguma coisa?"
3 minutos depois, o primeiro garçon: "Aquele de terno fica nos cobrando rapidez, mas não faz nada."

Pensamos: "Há uma tensão no ar"
(segue o jogo... e o empanturramento)

A grande decepção da noite foram os sushis. 
"No salão circulam bandejas cheias de sushi", dizia a revista. 
Mas, era uma variedade tosca. Um uramaki, um skin meio capenga, um oniguiri de atum sem cor e muito salmão, Djô etc. E, as bandejas só continham esses tipos de sushi, ou seja, uns cinco.

No cardápio, esta foto atiçava nossas imaginações:




Fui seco: "Por favor, eu queria um desse de polvo, esses de ovas e zás e..."
Eis que o garçom me interrompe com a pérola da noite:
"Senhor... vou falar a verdade pro senhor... essas fotos são meramente ilustrativas. Nós não servimos esses sushis. Apenas os que estão rodando nas bandejas."

Por dois segundos nos entreolhamos (eu e minha companhia), num mix de desespero, raiva e acesso de riso:

"Hum... entendo..."

Vai... O saldo foi bom.
Temakis bons (abertos). Sushis mais ou menos (se pedir com jeitinho, ele traz oniguiris de camarão), entradas excelentes e sashimis médios. Se for esperando a variedade absuuurda que a frase "No salão circulam bandejas cheias de sushi" atiça, esqueça.
Mas, dá pra pirar muito nos complementos. E rir bastante com os garçons! São esforçados, atenciosos, educados e fanfarrões.

Ah, e tem mousse de Suflair ®  de sobremesa.

Amplósculos.

2 comentários:

Anônimo disse...

conheço esse restaurante do interior, o original fica em Arujá... olha, ainda nao fui pro da capital mas o primeiro dá um show! o dono é descendente de japoneses e é muito atencioso, provavelmente está sendo muito difícil pra se destacar em SP, ainda mais com o tanto de outros rodízios em Moema abs

RRoss disse...

Anônimo,

Tudo bem?
Então... Apesar das mini-gafes, o serviço estava atencioso até demais! E o restaurante é muito bom. Só achei que faltaram mais tipos de peixe, de acordo com os cardápios e flyers divulgados!
Abraço!