Ontem (19 de março de 2015) tive conhecimento de uma das notícias mais broxantes do universo: Ministério Publico de São Paulo BARRA as obras das ciclofaixas, pedindo "estudos sobre impacto no
trânsito".
Sei.
Nem
pra Shopping Center Faraônico eles pedem esses estudos.
Isso só pode ser maldade (ou raivinha política) pura.
Isso só pode ser maldade (ou raivinha política) pura.
É
claro que precisa de estudo. Mas, não tem muito segredo. É simples. As ciclofaixas precisam passar por vias
principais. Não adianta fazer ciclofaixa em lugares que não chegam aos polos
principais (de trabalho, lazer etc.) da cidade.
A
maioria das ciclofaixas que eu vi, passam por onde antes havia carros
estacionados. Ou seja, não era uma via de tráfego de carros. A promotorazinha caipira do MP quer tirar as ciclofaixas pra dar estacionamento pra carro?
É muito egoísmo! Tudo por um meio de transporte
INDIVIDUAL (a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa), que POLUI o
ambiente, que queima gasolina, que estraga a paisagem da cidade, barulhento,
que cria o caos, que toma espaço das vias e que, sobretudo, mata.
Ué. Mas não houve
estudos para a implementação das ciclovias!
Será?
Você pode afirmar isso? Houve estudo para a implementação das ruas? Das calçadas? As mãos das
ruas são as apropriadas pra você? E pro seu vizinho? E pra um turista? E pra empresa do outro lado da rua? Posso citar dezenas de ruas, pontes, viadutos
ridiculamente mal planejados.
Elas atrapalham o
trânsito!!!
Em
primeiro lugar, VOCÊ é o trânsito. Numa cidade sem metrô (do tamanho
que uma metrópole do porte de São Paulo precisa), as pessoas procurarão o
carro. Matemática simples: a frota de carro sempre irá aumentar. As ruas não. Em
um certo momento, NÃO HAVERÁ MAIS ESPAÇO para carros. E a culpa não é da
ciclofaixa, babe.
Não tem ninguém na
ciclofaixa...
Será?
Será que não tem ninguém porque o fluxo é mais rápido? Será que não tem ninguém porque é uma via nova, que AINDA não interliga tudo?
Há ruas e calçadas por
onde também passam poucas pessoas. E daí? Vamos apagá-las do mapa?
E, mesmo que não
passe UMA SÓ BICICLETA em determinado trecho, o DESCANSO VISUAL proporcionado
já compensa qualquer coisa. Veja este
trecho do centro de SP: onde havia uma fileiras de carros, kombis, motos
estacionadas escondendo as ruas, as casas, os prédios históricos, podemos ver o
horizonte - mesmo que sinóptico...
Alívio para os olhos...
(Antes da ciclovia, havia pencas de Kombis
(Antes da ciclovia, havia pencas de Kombis
e motos estacionadas neste trecho)
Poluição
visual também é uma questão de saúde, sabiam??
Às
vezes me dá impressão que o CARRISTA (dono-de-carro), não tá nem aí pra cidade. Ele
só pensa em chegar. Pensa apenas em
seu carro e em chegar ao seu destino. Pouco importa a paisagem, seus
conterrâneos, a poluição visual e sonora que proporciona:
"Preciso
chegar. Depois, reclamo da falta de humanidade da cidade. Preciso trafegar.
Depois vou pra Amsterdam caminhar, andar de metrô, achar tudo lindo... E pagar
pau pra ciclofaixa de Berlim também!”
E
volta pra cidade. Pra cidade não. Pro seu carro. Pois tem nojo de andar pela
cidade. Porque só tem mendigo, sujeira e ladrão. E abandono (de quem?). E passa
as férias em outro lugar.
A
caipiragem carrista (que parou nos tempos do JK, “carro é progresso, é status”) inimiga das ciclofaixas está dando um
tiro no pé. Vão contra o curso natural da História das grandes metrópoles. Ao
pensar que estão atingindo um partido político, dão papelão. Serão marcados
como "paladinos do atraso".
Os ciclistas não são ciclistas por
política. Mas, por consciência ambiental / ecológica, por vontade de cuidar do
corpo e sobretudo, da cidade. Há petistas, tucanos, ricos, pobres, onanistas...
Vamos acompanhar o resultado dessa escrotidão-mór
proporcionada pelo MP tucano. Ops... paulista.
Amplósculos
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