sexta-feira, março 20, 2015

Bar do Magrão (Ipiranga)

Ow! Viram do Ipiranga às margens pálidas
De uma rua sossegada, um bar chocante?

Hehehe... Melhor parar por aqui. Não quero constranger (mais) o meu nobre leitor.

Mas, é isso. Em uma pacata ladeirinha do bairro do Ipiranga podemos encontrar o Bar do Magrão. Famoso, mas não o conhecia. Estava passando por perto e decidi checar.

Bom... Na parte de dentro lembra bastante um pub inglês: escurão, com bastantes penduricalhos nas paredes. O som é bão. Só rock! Na tarde em que fomos, tava rolando uma seleção legal de britpop.

O cardápio apresenta várias tentações-zinhas gastronômicas, mas fomos de Escondidinho de Bacalhau, vencedor do “Comida di Buteco” de 2012 (?), eu acho... O prato é uma delícia! Pequeno pra duas pessoas, suficiente pra uma pessoa com fome (caro pra uma pessoa sozinha também). Mas, é feito com ingredientes excelentes (o purê é macio, amarelinho, viscoso e muito gostoso) e na hora. Peça pão.

Olha o menino aí.

Outro forte do bar são as cervejas importadas. A carta é extensa. Tem cerveja do mundo todo. Os preços são salgados, mas valem a piração! (dica aos mãos-de-vaca: tem Serra Malte por R$ 10 pilas).

E o melhor: Há mesinhas charmosas do lado de fora!


Resumindo: Tá no Ipiranga? Então curta a combinação: rua tranquila, ambiente lúdico, rock do bom, comida bem feita e brejas all over the world.

Ciclofaixa e o MP

Ontem (19 de março de 2015) tive conhecimento de uma das notícias mais broxantes do universo:  Ministério Publico de São Paulo BARRA as obras das ciclofaixas, pedindo "estudos sobre impacto no trânsito".

Sei.
Nem pra Shopping Center Faraônico eles pedem esses estudos. 
Isso só pode ser maldade (ou raivinha política) pura.

É claro que precisa de estudo. Mas, não tem muito segredo. É simples. As ciclofaixas precisam passar por vias principais. Não adianta fazer ciclofaixa em lugares que não chegam aos polos principais (de trabalho, lazer etc.) da cidade.

A maioria das ciclofaixas que eu vi, passam por onde antes havia carros estacionados. Ou seja, não era uma via de tráfego de carros. A promotorazinha caipira do MP quer tirar as ciclofaixas pra dar estacionamento pra carro? 

É muito egoísmo! Tudo por um meio de transporte INDIVIDUAL (a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa), que POLUI o ambiente, que queima gasolina, que estraga a paisagem da cidade, barulhento, que cria o caos, que toma espaço das vias e que, sobretudo, mata.


Ué. Mas não houve estudos para a implementação das ciclovias!
Será? Você pode afirmar isso? Houve estudo para a implementação das ruas? Das calçadas? As mãos das ruas são as apropriadas pra você? E pro seu vizinho? E pra um turista? E pra empresa do outro lado da rua? Posso citar dezenas de ruas, pontes, viadutos ridiculamente mal planejados.


Elas atrapalham o trânsito!!!
Em primeiro lugar, VOCÊ é o trânsito. Numa cidade sem metrô (do tamanho que uma metrópole do porte de São Paulo precisa), as pessoas procurarão o carro. Matemática simples: a frota de carro sempre irá aumentar. As ruas não. Em um certo momento, NÃO HAVERÁ MAIS ESPAÇO para carros. E a culpa não é da ciclofaixa, babe.


Não tem ninguém na ciclofaixa...
Será? Será que não tem ninguém porque o fluxo é mais rápido? Será que não tem ninguém porque é uma via nova, que AINDA não interliga tudo?

Há ruas e calçadas por onde também passam poucas pessoas. E daí? Vamos apagá-las do mapa?

E, mesmo que não passe UMA SÓ BICICLETA em determinado trecho, o DESCANSO VISUAL proporcionado já compensa  qualquer coisa. Veja este trecho do centro de SP: onde havia uma fileiras de carros, kombis, motos estacionadas escondendo as ruas, as casas, os prédios históricos, podemos ver o horizonte - mesmo que sinóptico...

Alívio para os olhos... 
(Antes da ciclovia, havia pencas de Kombis 
e motos estacionadas neste trecho)


Poluição visual também é uma questão de saúde, sabiam??


Às vezes me dá impressão que o CARRISTA (dono-de-carro), não tá nem aí pra cidade. Ele só pensa em chegar. Pensa apenas em seu carro e em chegar ao seu destino. Pouco importa a paisagem, seus conterrâneos, a poluição visual e sonora que proporciona:
"Preciso chegar. Depois, reclamo da falta de humanidade da cidade. Preciso trafegar. Depois vou pra Amsterdam caminhar, andar de metrô, achar tudo lindo... E pagar pau pra ciclofaixa de Berlim também!”

E volta pra cidade. Pra cidade não. Pro seu carro. Pois tem nojo de andar pela cidade. Porque só tem mendigo, sujeira e ladrão. E abandono (de quem?). E passa as férias em outro lugar.



A caipiragem carrista (que parou nos tempos do JK, “carro é progresso, é status”) inimiga das ciclofaixas está dando um tiro no pé. Vão contra o curso natural da História das grandes metrópoles. Ao pensar que estão atingindo um partido político, dão papelão. Serão marcados como "paladinos do atraso". 

Os ciclistas não são ciclistas por política. Mas, por consciência ambiental / ecológica, por vontade de cuidar do corpo e sobretudo, da cidade. Há petistas, tucanos, ricos, pobres, onanistas...

Vamos acompanhar o resultado dessa escrotidão-mór proporcionada pelo MP tucano. Ops... paulista.


Amplósculos

Ocupação de São Paulo, Haddad, meu sumiço...

E o Sampaboemia teve mais uma grande estiagem de conteúdo...
Aaaah, deu preguiça. Fiz outras coisas. Namorei, me mudei, casei.
E o mundo continuou a girar...



Em 2013 tivemos a chamada "Revolução de junho" (em 2013), onde o povo brasileiro, FINALMENTE, foi às ruas protestar contra a situação do país!
No começo, a imprensa chamou todo mundo de "vândalo"... Depois que percebeu o apoio da opinião pública às manifestações (e que seus repórteres eram alvejados por balas de borracha nos olhos), "abraçou" o movimento...

Aliás, nosso-sempre-na-vanguarda-blog deu um FURAÇO de reportagem na divulgação dos atos de junho: quando da passeata do Movimento Passe-Livre contra o aumento nas tarifas de ônibus (embrião de todas as outras manifestações), este escritor que vos escreve estava num bar, no centro da cidade, e viu a galera passar "cantando coisas de amor", entre outras... Registrado e fotografado aqui...

Em 2014, rolou Copa do Mundo no Brasil (muito boa, por sinal, apesar dos 7 a 1) e Paul McCartney!!!

Tenho que confessar que, quando comecei a escrever este blog, era mais empolgado com a cidade, suas joias culturais, sua night.

Mas, não dá pra viver nesta ilha de alienação. Moro aqui e quero ver a cidade melhor.
Ainda acho São Paulo foda... Mas, como diria Tom Jobim sobre o Brasil, não é uma cidade "pra principiantes". Tem que ter bolas: Violência, mendigos, lixo, problemas de mobilidade, gestões desastrosas, vereadores inúteis, classe média que só pensa em seu carro, seus shoppings...

Acredito que a única saída para este caos é o paulistano abraçar sua cidade. Fugir de "aquários-humanos" como shoppings, automóveis, condomínios etc. (assunto também abordado aqui).

Esta sempre vai ser a bandeira do Sampaboemia:
Povo na rua - Gente de bem, do bem, de bens ou sem bens nas ruas.Só assim pra melhorar tudo.

Tô curtindo o (prefeito) Haddad. Acho que entre muitos erros, ele tem se destacado por atitudes que visam colocar o paulistano em contato com sua cidade.
Parece-me que, antes de querer resolver os problemas por decreto, ele quer tornar a cidade mais humana. Ou, pelo menos, mais aprazível. E nisso, concordamos: quanto mais gente na rua, mais a cidade é cuidada. Menos chances para as pessoas fazerem coisas erradas.Povo na rua inibe o vandalismo, o crime e estimula o esmero para com a cidade.

Redundância é meu nome.
Hehehe... Mas, sigamos.

Em 1º de fevereiro de 2015, a Prefeitura inaugurou um dos maiores corredores de arte urbana da América Latina. Pra muitos parecerá bobagem (ou desperdício de dinheiro), mas a arte de rua é necessária numa cidade onde o cinza predomina. Não temos paisagens naturais?

Façamos as nossas, com muitas cores, para deliciar nossos olhos e estimular nossas mentes. Prestigiando artistas talentosos que acabam sendo marginalizados por pensamentos pastranos.

 (Mural de grafite feito por 200 artistas em SP (Foto: Heloisa Ballarini/Divulgação Prefeitura de SP).


A ciclofaixa, projeto corajoso (e antenado com metrópoles do resto do mundo) confronta o mais nervoso espécime de paulistano - o CARRISTA
(hehehe, acabei de inventar este nome para os donos-de-carro").
Ponto para o prefeito: Não há mudanças sem desconfortos...

Além de estimular o uso da bicicleta - transporte saudável para seu usuário (exige condicionamento físico) e pra sociedade (não polui) - as ciclofaixas já são, ao meu ver, uma jogada vitoriosa: mesmo não seja utilizadas por ninguém, elas já proporcionam um descanso visual sem precedentes. Demove fileiras de carros que antes estavam escondendo as ruas, as casas, as pessoas e  o horizonte - mesmo que sinóptico.

Entre outros tiros certeiros estão a criação da Controladoria Geral do Município que bate de frente com os fiscais corruptos da própria prefeitura, o Plano Diretor (que isenta de impostos empresas que queiram se instalar na ZL;  visa concentrar áreas comerciais em lugares servidos por transporte público, entre outra centena de políticas de planejamento), o "Braços Abertos" (programa "humanizador" de redução de danos na Cracolândia,  o  "Centro Aberto" (política veemente de estímulo de ocupação dos espaços públicos pela população), licitações para troca da iluminação pública e para o aterramento dos fios elétricos etc.

Criou regras para a comida de rua, estimulando os Food Trucks, e dando mais segurança aos consumidores, oficializando as questões sanitárias etc.

Os Parklets são outro descanso visual em detrimento do carro. Pequenas ilhas humanas de descanso, que ocupam a vaga de dois automóveis estacionados.

Os ônibus noturnos também conversam com as principais metrópoles do mundo. Quem já tomou um Night Bus em Londres sabe a ajuda que eles dão de madrugada.

Acredito que ele tenha errado em bastantes coisas (os ônibus continuam desconfortáveis e  ineficientes, a SPTrans coleciona atitudes incompetentes) , mas não se pode negar que ele pensa pra frente, na humanização da cidade, sempre se baseando nas principais metrópoles do mundo. Bom, em dois anos, ele já fez mais do que o ridículo do Kassab em, sei lá, sete anos ?

Espero que tudo melhore pra minha amada SAMPA...
Vou tentar postar mais. Sobre lugares legais. Baladas. Mas, não faltarão reflexões também.

É o meu blog, pô. Hahahaha!

Amplósculos






OBS: Textos didáticos sobre o momento de Haddad em SP...


Admito: estou apaixonado por Fernando Haddad, de Leandro Pereira
http://umapera.com/2014/09/02/admito-estou-apaixonado-por-fernando-haddad/


A Virada Civilizatória de Haddad, de Guilherme Wisnik (Folha)
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1521429-guilherme-wisnik-a-agenda-de-haddad-para-o-futuro.shtml?fb_action_ids=10204648350586272&fb_action_types=og.recommends&fb_source=feed_opengraph&action_object_map=%7B%2210204648350586272%22%3A707315309324332%7D&action_type_map=%7B%2210204648350586272%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D

Caro Fernando Haddad, Antonio Prata (Folha de SP)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/179970-caro-fernando-haddad.shtml