sexta-feira, janeiro 25, 2013

459 anos... Parabéns, Sampa!

Pra amar Sampa, é preciso esforço. 
Não é algo automático.
Ela não vai se entregar fácil pra você...



Se você trabalha ou estuda, a rotina vem e te devora... 
Não entre nesse jogo "casa-trabalho-casa".

Varie seus caminhos, varie seus meios de locomoção e, sobretudo, 

ANDE, por São Paulo,

Pois o seu maior tesouro é fornecer a interação entre pessoas totalmente diferentes - E os seus cantinhos escondidos (que não são sequer notados de dentro de um carro).


Interaja!
O Centro só será perigoso, se as pessoas tiverem medo de ir ao Centro porque ele é perigoso. Ele precisa de gente.

Vamos conquistar Sampa... 
Depois, ela nos conquista. 
Eu já passei por isso. 
E não tem volta.

Parabéns, São Paulo!
Amo-te.

E vamos beber!


Amplósculos!

quarta-feira, janeiro 23, 2013

::::: Sampa Shots ::::::: Downtown by night ||||||||||

Andanças ébrias pelo Centro...
(sexta passada, 18 de janeiro de 2013)



O Theatro Municipal "de ladinho" mostra todo o seu potencial...




Vista do Vale a partir do Viaduto do Chá... Carreguei na saturação - e nos chopps.




Edifício Alexandre Mackenzie, construído em 1929. 
Tombado pelo Patrimônio Histórico, foi sede da empresa de energia "Light". 
Hoje abriga o Shopping Light, em frente ao Theatro Municipal






A sede da Prefeitura de São Paulo... 
São Paulo City Hall
Será que o Haddad tava ali, numa sexta-feira às 22h,  aproximadamente?






No Viaduto do Chá, te avistei.





Biro-Biro no boteco cheirando maconha...
(ele fica bem melhor de verde, não?)


Amplósculos!


quinta-feira, janeiro 03, 2013

:::::::: Praia de Paulista ?

"Praia de Paulista"...

Todo mundo quer eleger a "Praia dos paulistanos"...

Vamos lá...

São Paulo não tem praia - fato. Está situada no planalto, no interior do país. Não tem ligação com o mar. Logo,... hehehe...

Uma cidade precisa ter praia pra ser legal?

EU não preciso de praia (marítima) na MINHA São Paulo...

OK. 

Mas, o conceito de "praia" é maior. Praia é um lugar pra relaxar, sentir uma brisa... ver pessoas, observar, ou, simplesmente existir...

Um refúgio.

Aí, vêm uns manés me dizer que "praia de paulista é Shopping Center”. Sefoder.

Não há lugar mais "anti-praia" do que um shopping center! Shopping é careta, é bocó!
É fechado, "claustrofóbico", tudo o que você faz lá dentro é PAGO. 
Segrega as pessoas - pobre, quando entra, é vigiado por seguranças.
Shopping me deprime. O shopping mata a vida nas ruas. Shopping é aquário - e não mar.

Curto parques. Especialmente o Ibirapuera. 

Hum... Parques possuem o fator "natureza" mas, perdem no quesito "confraternização".

Então o que mais se aproxima de uma "praia de paulista"... seriam os nossos queridos BOTECOS.

(óbvio que não estou falando daqueles que imitam os botecos cariocas e que cobram uma fortuna só pra você sorrir lá dentro...)

Estou falando dos botecos que você vai pra tomar umas com as pessoas que você quer ter sempre ao seu lado... aquele boteco que você pode entrar de chinelo, que você vai após o trabalho pra esperar "baixar o trânsito" (isso sim, very paulista!)... 

Aquele boteco onde você tem a sua mesa favorita, conhece o garçom e a temperatura exata das cervejas...

BOTECO é "Praia de Paulista". "Praia de Paulista" é BOTECO.

Botecos são mais etéreos... Mais poéticos... Lá desligamos um pouco, vemos pessoas diferentes (e não o "exército-zinho shoppingguiano"), tomamos uma cerveja, comemos besteiras deliciosas, filosofamos sobre as soluções da sociedade ocidental, confessamos sonhos...

Sem mar. Mas, com muita diversão...


Sei lá, acho que fiz esse texto pra postar umas fotos de drinks e rangos brothers...


Caipirinha de "Pot-pourri de limões" do Filial...
(o nome é gay, mas... o gosto cítrico... mamãe!)
Na fotos, com cachaça Santo Grau.






Sobá de linguiça pantaneira e Original gelada no restaurante Sobaria (Vila Mariana).
Tomei também uma cachaça Taboa, mas não deu tempo de tirar foto.






Cerveja Coruja (RS) no Empório Laura Aguiar (Santana).
Lugarzinho sussa, brejas a valer, preço mezzo-brother.

E a boa companhia do dono, Seu Zé - que virou "Seu Lauro"
para os mais alcoolizados.





Porção de mini-acarajés, acompanhado de uma bela dama,
e tomando uma cerveja Dama Bier (Piracicaba-SP) no restaurante
Rota do Acarajé (Santa Cecília)






Milk-Shake de Oreo e Vodka no Vapor Burger & Beer (Vila Madalena)






Cerveja Colorado (Ribeirão Preto-SP) e mini negroni, no Le Frech Bazar (Pinheiros).




É isso.
E muita "praia" pra nós em 2013!!!


Amplósculos a todas as shoeshoes e a todos os mancebos que lêem o Sampaboemia!



quarta-feira, janeiro 02, 2013

:::::: (Não) Existe Amor em SP!

   A 1ª vez que ouvi falar em "Não Existe Amor em SP"  fiquei puto. Como bom "paulistano ortodoxo", juntei todas as minhas armas pra defender a minha terra-natal: Quem seria esse tal de Criolo que falava mal da minha cidade? 

   Era um post de um colega que gostava bastante de rap/hip hop nacional. Particularmente, acho que os Racionais MCs são uma das melhores bandas paulistanas e uma das que melhor traduzem o dia a dia na cidade - fazem o que o rock deixou de fazer: criticar, questionar...

Não conhecia o Criolo. Ouvi a música e pirei. Melódica, com claras influências de Portishead. E muito bem produzida (mesmo porque os raps nacionais carecem de uma boa produção musical... geralmente têm batidas fracas, samplers idem).

Baixei o álbum "Nó na Orelha" (2011) do Criolo e achei excelente. O disco foi produzido pelo Daniel Ganjaman, renomado produtor paulistano que já trabalhou com Racionais, R.D.P.




Dos melhores discos do ano. Recomendo "com força".


  A música "Não existe amor em SP" levantou questões importantes que nunca são discutidas, porque... sei lá, quem mora em Sampa não têm tempo de pensar muito a sua cidade! Trabalhamos (ou procuramos emprego), estudamos, pegamos trânsito, nos alimentamos, vemos futebol pela TV e, quando sobra um tempinho, dormimos...
 Sempre tive uma visão mais "confortável" da cidade: moro relativamente perto do meu trabalho, num bairro onde não há chacinas de garotos pobres/pretos. Frequento parques, observo a arquitetura de bairros legais, saio pra onde quero (na medida do po$$ível). Tenho acesso a restaurantes, bares, shows.

  Mas, há uma parcela grande da população de São Paulo que não está satisfeita aqui: a correria pra chegar no trabalho, a exclusão social, a falta de serviços fundamentais como Saúde e Educação, a enorme gama de oportunidades para poucos, a sensação de solidão em meio à multidão. A falta de relevância nas decisões importantes da prefeitura... 


  Fica difícil ver amor numa cidade assim, quando se há tanto a se preocupar.



  Decretando que "não existe amor em SP", Criolo acabou chamando a atenção das pessoas para a sua relação com a cidade. São Paulo não tem que ser uma cidade que você "só usa para trabalhar"...

  É possível se sentir acolhido (amado?) pelos poderes públicos? Há a possibilidade de me deslocar sem que isso seja um sacrifício? Posso caminhar à noite no meu bairro sem ser abordado por policiais? Posso ME DIVERTIR nesta cidade e não usá-la apenas de uma maneira "profissional"?

"Os grafites gritam...", diz a música. Já levantei essa bola num de meus primeiros posts... 

A falta de cor, de paisagens naturais... E a falta de interesse dos "homens de cinza" em criar "coisas belas" e acessíveis aos habitantes da cidade. Não temos praia? Foda-se. Criemos coisas mais bonitas que a praia, porra!

EXISTE Amor em SP!

  Nas eleições municipais de 2012 desenhou-se um cenário de filme de terror: José Serra e Celso Russomanno iriam para o 2º turno. A população teria que escolher entre a continuidade de administrações conservadoras voltadas a proibições e à segregação das classes mais pobres e um candidato picareta, ex-apresentador de programas apelativos na TV etc.

Surgiu então, um movimento - aparentemente apartidário - chamado "Amor Sim, Russomanno Não" que pregava a exclusão do candidato Russomanno (por vias democráticas, vale ressaltar) do 2º turno das eleições. 

Em 5 de outubro de 2012, armou-se uma grande festa na recém-RE-inaugurada Praça Roosevelt, onde as pessoas vestiram a cor rosa e protestaram contra a aberração de um 2º turno Serra X Russomano. (me pareceu que não havia muitos PSDBistas lá...).

Pra mim, a festa foi um sucesso: jovens, velhos, crianças, cachorros, bêbados e, sobretudo, a "classe média" que voltou a frequentar o centro! Povoaram a nova Roosevelt fazendo política, música, teatro e, sobretudo, interagindo com a cidade num clima alegre e de paz!




Na rua, na praça... tudo na maior harmonia.
(sim, meu celular tira fotos horríveis).



Não me pergunte o que era esse falo
cor-de-rosa... não decifrei.


Showzinho de rock no meio da calçada!

  E, Russomanno não foi para o 2º turno.


  Antes do embate final pela prefeitura de São Paulo entre Fernando Haddad e José Serra, houve, na mesma praça, outra manifestação. Intitulada "Existe Amor em SP" (diálogo saudável com a música do rapper Criolo) a manifestação-festival, "agitada" pelas redes sociais, contou com um show-protesto (grátis) com artistas como Gabi Amarantos, Karina Buhr, Emicida e o próprio Criolo, fechando a noite.

  Clamando por propostas melhores ao futuro da cidade, a manifestação levou milhares de pessoas à Roosevelt, no dia 21 de outubro de 2012. Foi outro sucesso. Pareceu-me mais partidária: anti-Serra, anti-continuísmo. 
  Mas, mostrou que o paulistano também pode fazer política na rua. E o paulistano carece de convivência urbana, repudia o mal uso dos espaços públicos e quer amar (e ser amado) por sua cidade!


Achei foda.

  Tudo isso pra dizer que o novo prefeito de Sampa tomou posse ontem. Fernando Haddad gosta de Beatles e queria ser Paul McCartney. Bom sinal.
  Já me iludi muito com política. Hoje, não confio mais em partido nenhum. 

  Mas, em seu discurso, Haddad disse que "Existe Amor em SP".  Será que não é o começo para que as coisas comecem a mudar? Eu vou acreditar de novo. Eu não desisto... 
Boa sorte , SAMPA!

Obs: Kassab, suma de nossas vidas. Pra sempre.